Você, eu e o universo…

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Me vejo despida de mim mesma. É momento de escrever algo, mais do que um simples texto, algo que capte e aproxime olhares.

A lanterna está acessa. São mais de 64 mil quilômetros rodados e eis que os 65 mil estão chegando. Holofotes e aplausos me esperam. Sorrio… Sou eu na fita!

Eu sei que ainda corro ao vento. Quando sonho voo pela casa e encontro seres iluminados que me palpitam segredos. Conheço universos indescritíveis, invento coisas, recito poemas dos quais não me lembro. Sou uma faísca de luz repleta de calor.

Na minha cabeça ainda solto papagaios, jogo bolinhas de gude, brinco de pique e rodopio nos salões. Eu posso sonhar e galopar no cavalo mais bonito pela estrada longa.

Um pouco atenta, um pouco frouxa, forte como a árvore que balança ao vento, meio que ziguezagueando na aventura de viver, vivo como ninguém. Vivo como sei e aprendo com as experiências que a vida me proporciona.

Mulher, feminina, mas nem tanto. Feminista! Esta palavra é importante porque significa que compartilho do pensamento daqueles que entendem que somos capazes de fazer nascer, de erguer a ponte, abrir estradas, governar, estudar, esclarecer, dividir, multiplicar, progredir, escrever …

Já provamos que podemos ser escritoras, médicas, advogadas, engenheiras, professoras, psicólogas, humoristas, poetas, fotógrafas, jornalistas, cientistas, programadoras, agricultoras, empresárias, motoristas.

Penso que o mundo nos enxerga, embora milhões de olhares sejam nublados e insistam em nos negar o óbvio: o direito ao quinhão de terra que plantamos no território compartilhado e o respeito por sermos quem somos: fortes e essenciais.

Se penso em ontem não me dói, ou melhor, não me dói mais. O que me alimenta e me mantém disposta é o infinito; o olhar de Deus, da infinidade de possibilidades que esmagam meus olhos fascinados pela existência. Onde começa o fim? Não importa!

O que importa é a brisa, o calor humano, a dose de licor que me fez bem e que me deixou um pouco aérea, querendo deliciar um pouco mais …

O que importa é a poesia, a leitura que desperta, o filme que acrescenta, o amigo que chegou e a preciosidade de encontrar eco nas esquinas e nos corações. O que importa é o que nos faz bem, desde uma flor até a viagem dos sonhos; o encontro mais simples ou o mais completo esplendor.

A vida importa: os amores que tivemos, as emoções mais verdadeiras, os bons sentimentos que despertamos, damos e recebemos; aquilo que agiganta a existência, a beleza dos encontros com pessoas, animais, olhos, olhares, pele, pelo, boca, filho, homem, mulher, você, eu e o universo.

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